As relações tensas entre o governo Lula e as Forças Armadas ganharam um novo capítulo neste 7 de Setembro. Apesar do empenho do ministro da Defesa, José Múcio, para aliviar as tensões, a primeira-dama Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja, deu a nota discordante no dia da Independência.
Nos eventos em Brasília, Janja, vestindo um audacioso vermelho, fez o sinal “L” enquanto desfilava num carro aberto ao lado do presidente. A imagem causou alguma controvérsia, principalmente entre os membros das Forças Armadas, que participaram de uma série de operações da Polícia Federal durante o governo Bolsonaro.
Janja tem total liberdade para vestir-se como queira, mas a escolha do vermelho durante o desfile militar de 7 de Setembro em Brasília foi considerada por muitos como uma provocação, sobretudo em um momento em que o governo busca amenizar as tensões com as Forças Armadas. A cor vermelha, identificada com a bandeira do Partido dos Trabalhadores, contrastava com a faixa presidencial verde e amarela usada pelo presidente Lula.
O incidente ocorreu em meio a uma complexa situação entre o governo Lula e as Forças Armadas, ampliada por uma série de operações da Polícia Federal envolvendo militares que estiveram no governo Bolsonaro. O ministro da Defesa, José Múcio, tem se esforçado para aliviar as tensões com os militares.
Momentos como esse ilustram a dificuldade de equilibrar os esforços de aproximação do governo com as posturas que possam ser consideradas desafiadoras ou provocativas. Ainda não está claro como a situação será resolvida, mas a polêmica do dia da Independência certamente adiciona um novo componente às delicadas relações entre o governo Lula e as Forças Armadas.