123Milhas confessa falta de fundos para reembolsar clientes na CPI das Pirâmides Financeiras

Na sessão mais recente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras na Câmara dos Deputados, um dos principais assuntos abordados foi a situação da empresa de venda de passagens 123Milhas. O sócio da empresa, Ramiro Júlio Soares Madureira, era um dos depoentes.

Durante seu depoimento, Madureira foi questionado pelo deputado federal Carlos Viana (PSD-RJ) a respeito da possibilidade de reembolso aos clientes prejudicados com a suspensão da venda de pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional, popularmente chamada de “promo”.

Em resposta ao questionamento, Madureira admitiu que a empresa não possui recursos disponíveis para efetuar estes reembolsos. Ele afirmou: “Precisamos do apoio dos órgãos públicos. Estamos dispostos a trabalhar arduamente para isso. Estamos confiantes.”

Viana, em seguida, perguntou novamente sobre o fluxo de caixa da empresa, insistindo na questão do reembolso. Madureira reiterou que a empresa precisaria de algum tempo para montar um plano para realizar esses pagamentos.

O encerramento da linha “promo” pela 123Milhas ocorreu em agosto deste ano, levando ao prejuízo de diversos consumidores que já haviam adquirido pacotes de serviços da empresa. Como consequência, algumas semanas depois, a 123Milhas entrou com um pedido de recuperação judicial por conta de uma dívida avaliada em R$ 2,3 bilhões.

O caso da 123Milhas remete à necessidade de se discutir e analisar as práticas das empresas de venda de passagens, uma vez que a suspensão de vendas e a dificuldade em reembolsar os clientes geraram controvérsias e demonstraram fragilidades no setor. A CPI das Pirâmides Financeiras na Câmara segue atuante, buscando soluções e esclarecimentos para estas e outras questões pertinentes ao tema.