O desfecho da agressão ao ator Victor Meyniel, que ocorreu no início deste mês, está sendo guiado pela análise de câmeras de segurança do edifício onde aconteceu o incidente, localizado em Copacabana, Rio de Janeiro. O material, reunido pela polícia, destacou o papel do porteiro do prédio, Gilmar José Agostini, que só auxiliou Victor cerca de dois minutos após o término da violência.
A agressão, ocorrida em 2 de setembro, foi classificada como um ato de homofobia contra o ator. De acordo com o depoimento de Meyniel ao jornal O Globo, o porteiro só lhe deu assistência porque ele estava atrapalhando a passagem no local. “Enquanto estava caído, quase desacordado, o porteiro segurou a minha mão e me arrastou porque eu estava atrapalhando a passagem”, detalhou o ator.
A investigação das imagens por parte da polícia resultou na acusação contra o porteiro por omissão de socorro. A delegada titular da 12ª DP (Copacabana), Débora Rodrigues, apontou que apesar de não ser obrigatório que Agostini interferisse na briga, era dever dele pedir ajuda. “Ele viu tudo e não fez nada. Ele não precisava se meter na briga, claro, pela integridade física dele, mas ele tinha o dever de pedir socorro”, explicou Rodrigues.
O funcionário do prédio foi defendido pelo síndico Marcos de Carvalho Abrantes durante a apuração do caso essa semana. Em seu depoimento, Abrantes caracterizou Agostini como um homem simplório, medroso e responsável pelo cuidado do irmão diabético, características que teriam o impedido de intervir na situação.
O embate entre o ator e o estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, transcorreu por cerca de três minutos. Durante todo esse período, Agostini apenas observou a cena. A sequência de golpes contra Victor durou menos de um minuto, tendo início às 8h24m18s e encerrando às 8h24m55s, de acordo com as imagens captadas pelas câmeras de segurança.