Na tarde de quarta-feira (06), o ex-Deputado Federal e ex-Procurador Deltan Dallagnol proferiu duras críticas à recente decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de anular todas as provas produzidas por meio do acordo de leniência celebrado com a Odebrecht.
Em declaração contundente, Dallagnol narrou a decisão como sendo “o maior erro da história do país”. Segundo ele, o grande equívoco não foi a condenação do presidente Luis Inácio Lula da Silva, mas a suposta “leniência do STF com a corrupção de Lula e mais de 400 outros políticos delatados pela Odebrecht”.
Após a decisão do ministro Toffoli, o ex-procurador levantou uma série de questionamentos, entre eles se a anulação do acordo não acabaria por incentivar a corrupção no Brasil. “A anulação da condenação e do acordo fazem a corrupção compensar no Brasil. E se tudo foi inventado, de onde veio o dinheiro devolvido aos cofres públicos?”, indagou Dallagnol. E prosseguiu, questionando: “E com a anulação do acordo, os 3 bilhões devolvidos ao povo serão agora entregues novamente aos corruptos?”.
Dallagnol concluiu lançando uma condenação veemente aos atos de corrupção, pontuando que “os ladrões comemoram enquanto quem fez a lei valer é perseguido”.
As provas obtidas a partir do acordo de leniência da Odebrecht foram fundamentais para diversas acusações e condenações resultantes da Operação Lava Jato, uma das maiores investigações de corrupção no Brasil. Com a decisão do STF, o cenário dessas investigações pode ser profundamente alterado, uma vez que grande parte das provas poderão ser anuladas.