O líder da oposição na Câmara dos Deputados, Coronel Zucco (PL-RS), anunciou que deve protocolar nesta sexta-feira (2) uma representação criminal contra o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, por suposta omissão diante das fraudes reveladas no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A medida ocorre após a divulgação de um relatório da Polícia Federal que identificou irregularidades na concessão de benefícios e descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Segundo o documento, representantes do INSS teriam recebido mais de R$ 17 milhões por meio de um esquema envolvendo intermediários de associações que operavam descontos irregulares nos benefícios.
Na representação, Zucco pede que a Procuradoria-Geral da República (PGR) instaure uma apuração criminal contra Lupi. O documento solicita ainda que, havendo indícios, a investigação seja encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), em razão da prerrogativa de foro do ministro, e que seja requerido seu afastamento cautelar do cargo.
“O ministro não apenas fechou os olhos diante de um crime contínuo contra os mais vulneráveis, como também ajudou a blindar os envolvidos”, declarou o parlamentar.
O caso intensificou pressões políticas sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que agora avalia os próximos passos em relação à permanência de Carlos Lupi à frente da pasta. Segundo apuração da CNN, Lula não pretende exonerar o ministro neste momento, mas admitiu a aliados que o Ministério da Previdência poderá passar por mudanças caso surjam novos elementos que impliquem diretamente Lupi nas irregularidades.
O escândalo, conhecido como “Farra do INSS”, vem sendo investigado pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) e já levou o Ministério da Previdência a alertar aposentados e pensionistas sobre golpes envolvendo falsas promessas de devolução de mensalidades descontadas de forma indevida.