Cientistas identificaram uma nova cratera na Lua, e é possível que ela seja o resultado de uma colisão da espaçonave não tripulada russa, Luna 25. A descoberta foi divulgada através de imagens do Lunar Reconnaissance Orbiter da Nasa (agência espacial dos EUA) na última quinta-feira (31).
A sonda Luna 25, lançada em 10 de agosto, tinha como missão pousar próximo ao polo sul lunar. No entanto, uma interrupção na comunicação foi reportada pela Roscosmos, a agência espacial da Rússia, em 19 de agosto, enquanto a Luna 25 estava em trajetória para uma órbita lunar de pré-pouso. Posteriormente, a agência esclareceu que a “situação de emergência” se deveu provavelmente a uma falha no motor da nave.
No dia 21 de agosto, a Roscosmos compartilhou uma estimativa do ponto de impacto da espaçonave Lua 25. Em resposta, no dia seguinte, os membros da equipe do Lunar Reconnaissance Orbiter enviaram comandos à sua própria espaçonave para capturar imagens do local identificado.
A nova cratera foi detectada a partir de imagens coletadas no dia 24 de agosto, num perído de quatro horas. As fotos revelaram uma marcação no terreno lunar que não estava presente em imagens anteriores do mesmo local, capturadas em junho de 2022.
A cratera, com 10 metros de diâmetro, está situada próxima ao ponto de impacto estimado pela Roscosmos, o que levou a equipe do orbitador a concluir que é provavelmente o local de queda da Luna 25, de acordo com um comunicado da NASA. A marcação está a 400 quilômetros do alvo de pouso originalmente pretendido pela Luna 25.
O Lunar Reconnaissance Orbiter, em órbita ao redor da Lua desde 2009, tem feito imagens da superfície lunar com o objetivo de detectar crateras de impacto causadas por missões anteriores. Foi este tipo de vigilância que permitiu a documentação da falha de pouso da missão Chandrayaan-2, da Índia, em 2019.
Esta não é a primeira vez que a Lua se torna o destino final involuntário de uma missão espacial. Contudo, a cada ocorrência, seja sucesso ou falha, as agências espaciais ao redor do mundo tem a oportunidade de reunir mais informações sobre a nossa vizinha celeste e refinar as técnicas e a tecnologia responsável pela exploração lunar.