Embora o PT (Partido dos Trabalhadores) esteja confiante de que a reforma ministerial proposta permitirá ao governo obter entre 360 e 380 votos favoráveis em questões chave na Câmara dos Deputados, as lideranças do partido reconhecem que nem todas as pautas passarão de maneira tranquila. A informação foi divulgada pela CNN, que consultou várias fontes dentro do partido.
A reforma ministerial, que busca trazer o PP e o Republicanos para a base do governo, é vista como uma forma de facilitar a aprovação de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) e projetos de lei que são vitais para a administração do presidente Lula.
Uma liderança petista disse que a reforma também deve contribuir para uma maior estabilidade e previsibilidade na legislação, com bancadas anteriormente distantes do partido agora mais propensas a sugerir mudanças nas leis.
Contudo, é previsto que haverá resistência a propostas que afetem as bancadas evangélica e agropecuária, independente da filiação partidária dos legisladores.
Outro parlamentar do PT destacou que mesmo com a reforma ministerial, é ingênuo pensar que demandas adicionais ao governo não surgirão durante as votações sobre as principais pautas. Ele mencionou especificamente as prováveis dificuldades que o governo encontrará em assuntos relacionados ao orçamento federal, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual de 2024.
No entanto, alguns membros do PT acreditam que a reforma contribuirá para tornar mais amena a posição dos deputados cujos partidos foram beneficiados pelas trocas ministeriais. Além disso, acreditam que as reformas também devem facilitar os trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) e da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de janeiro.
Não obstante, todos ressaltam que as decisões finais sobre as indicações dos ministros são tomadas pelo presidente Lula. Um ponto que parece ter amplo acordo entre os parlamentares do PT, é que a reforma ministerial não deve mexer com os ministérios já comandados pelo partido, e que eles devem permanecer à frente das pastas com ações de cunho social, como o Ministério do Desenvolvimento Social.