Crise econômica e revoltas provinciais desafiam governo argentino

O difícil cenário político e econômico na Argentina está cada vez mais pungente à medida que chega ao ápice das eleições presidenciais em outubro. Quem sente o impacto mais imediato são os trabalhadores e aposentados, atualmente em suspense sobre as prometidas ajudas econômicas para aliviar a pressão inflacionária. A expectativa é pelo bônus de 60 mil pesos, proposto pelo atual ministro da Economia e candidato presidencial, Sergio Massa. Entretanto, 12 dos 24 governadores provinciais, junto com vários dirigentes municipais, já declararam que não efetuarão o pagamento nos próximos dois meses.

Isso se soma a uma espécie de rebelião encabeçada por câmaras empresariais e sustentada pela oposição, alegando que a situação econômica nas pequenas e médias empresas do país está em declínio e que a imposição desse pagamento prejudicaria ainda mais seus resultados. Em resposta, Sergio Massa, na posição de ministro da Economia, garantiu que as grandes empresas têm condições de cumprir a medida e alertou que poderiam haver multas para quem se negue a implementá-la.

Os rivais de Massa, o economista Javier Milei e a conservadora Patricia Bullrich, têm uma visão especial para o assunto. Catalogam o plano do candidato peronista de “plano platita”, acusando-o de querer vencer a eleição “injetando dinheiro nas pessoas”. A crítica também é sustentada com a afirmação de que as soluções propostas consistem em um encobrimento financeiro e uma maior emissão monetária. Porém, essa conjectura não é compartilhada pelo presidente argentino, Alberto Fernández, que defende o plano de Massa como um ato de justiça para redistribuir as maiores margens de lucro e beneficiar os trabalhadores.