O longo depoimento de Mauro Cid, ex-assistente pessoal de Jair Bolsonaro, à Polícia Federal, causa antecipação para novidades possíveis no caso do suposto esquema de venda de joias. A sessão, que durou cerca de doze horas, está sendo vista como um passo significativo na investigação, de acordo com Marco Antônio Teixeira, professor de ciência política da Fundação Getulio Vargas de São Paulo. “O tempo do depoimento não é trivial e, sem vazamentos de informações até o momento, estamos todos esperando que surjam novidades”, afirmou Teixeira à CNN Rádio.
Teixeira avaliou, no entanto, que o silêncio do ex-presidente Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do advogado Fabio Wajngarten foram frustrantes. Apesar disso, estabeleceu que é pouco provável que o extenso depoimento de Cid seja uma “cortina de fumaça”. Teixeira sugere que as informações fornecidas por Cid devem ter proporcionado um ponto de vista útil para a Polícia Federal, preenchendo eventuais lacunas de dúvidas que podem ter persistido.
Em termos relacionados, a “super-quinta” também contou com o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, que ocupou o cargo durante os ataques criminosos de 8 de janeiro. Teixeira observa que Dias parecia “ignorar a oposição” em sua declaração, evitando potenciais armadilhas que poderiam prejudicar o governo, e não apresentou fatos novos à investigação em andamento.