O gigante petrolífero brasileiro, Petrobras, experimentou a maior queda no distribuição de dividendos do mundo no segundo trimestre de 2023. Após pagar aos acionistas um recorde de US$ 9,7 bilhões no mesmo período do ano passado, a companhia remunerou apenas US$ 3,4 bilhões este ano, marcando uma queda drástica de 64,9%. Os dados notáveis foram revelados pela 39ª edição do Índice Global de Dividendos da Janus Henderson, uma gestora britânica reconhecida que administra cerca de US$ 322 bilhões em ativos.
A distribuição de dividendos é uma parcela dos lucros da empresa que é concedida aos investidores e, crucialmente, está isenta de imposto de renda. O valor a ser pago é dependente do desempenho do negócio, da geração de caixa e estratégia da companhia. A queda abrupta nos dividendos vem na esteira da Petrobras anunciando uma nova política de dividendos no final de julho. Esta política reduziu a remuneração aos acionistas de 60% para 45% de seu fluxo de caixa livre.
A razão da queda nos dividendos teria sido a oscilação de mais de US$ 40 no valor do petróleo Brent, uma referência para a estatal. Em 2022, a reabertura econômica e conflitos entre Rússia e Ucrânia aumentaram o preço do petróleo para US$ 130, impulsionando os lucros da Petrobras. Entretanto, em 2023, a desaceleração econômica global, acentuada pela diminuição do ritmo na China, levou a uma redução no preço do petróleo, atingindo a marca dos US$ 70. Interessantemente, o desempenho das empresas brasileiras tem ido na contramão dos dividendos globais, que cresceram 4,9% e registraram um valor recorde de US$ 568,1 bilhões, mesmo diante desses desafios. As companhias nacionais, por outro lado, viram uma queda nominal de 44% no segundo trimestre.