Em anúncio recente, a Petrobras informou que haverá uma alta nos preços do diesel e da gasolina neste mês, uma decisão que inevitavelmente irá impactar o setor de hortifrutigranjeiros. Segundo Marcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), essa alteração pode aumentar em até 8% o custo de produtos vegetais, uma vez que o frete representa cerca de 50% do custo operacional dos produtores desses alimentos. Em resumo, as hortaliças não possuem estoque e qualquer incremento nos custos operacionais pode resultar em um acréscimo no preço final.
Empresários e consumidores já preveem que os produtos de origem animal, como carnes e laticínios, e alimentos industrializados também sofrerão com o dissabor do aumento do combustível, entretanto, o impacto será de forma mais diluída. A Abras alerta para os efeitos dessa mudança no abastecimento dos lares brasileiros, reforçando a importância do frete no custo operacional. E não é só no momento da entrega que o frete pesa, ele está presente em todo o processo, desde a aquisição dos insumos, passando pela movimentação de máquinas durante o plantio, até chegar à indústria de processamento.
A situação fica ainda mais complexa com a previsão de retorno de tributos sobre o diesel no início de setembro. A isenção do PIS/Cofins, prevista para terminar em agosto, deve ser substituída por uma tarifa de R$ 0,11 por litro em setembro e mais R$ 0,03 por litro em outubro. Diante desse cenário, o consumidor final deve se preparar para o impacto dessas medidas no preço dos alimentos, que tende a se tornar ainda mais salgado.