Em uma recente investigação que coloca sob suspeição figuras proeminentes do atual governo, o Presidente Jair Bolsonaro, sua esposa, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, e dois de seus aliados mais próximos, Marcelo Câmara, ex-assessor do presidente, e Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação, optaram pelo silêncio durante depoimentos à Polícia Federal nesta quinta-feira (31). Este silêncio é defendido por seus advogados como um direito, e não uma estratégia deliberada, segundo informou o advogado Eduardo Kuntz à CNN. Kuntz também representa Wajngarten e é membro do Conselho de Prerrogativas da OAB.
Desafiando as convenções da Justiça brasileira, os advogados dos depoentes questionam agora a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) em ser relator do caso, apontando, em lugar deste, para a 6ª Vara da Justiça Federal em Guarulhos. Esta atitude crítica à figura do STF pode significar uma nova etapa de atritos entre o poder judiciário e o governo atual, marcados por episódios anteriores de tensão e desentendimentos políticos.
Eduardo Kuntz, na defesa dos seus clientes, reiterou a disposição destes para cooperar com a investigação, desde que sob a jurisdição adequada. Ele declarou: “estão à disposição para dar todo e qualquer esclarecimento para quem for competente”. Esse argumento pode indicar uma estratégia jurídica orquestrada para direcionar o processo a um ambiente mais favorável ou neutro para os depoentes. O desenrolar destas investigações e as possíveis reações do STF a este questionamento de competência serão decisivos para o futuro político das personalidades envolvidas.