O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Gonçalves Dias, expressou certa autocrítica e insatisfação com a gestão dos protestos antidemocráticos do dia 8 de janeiro em recente depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). De acordo com Dias, dada a intensidade dos eventos daquele dia e a baixa eficiência das forças de segurança, ele teria sido mais rigoroso na repressão dos atos se pudesse voltar no tempo.
Gonçalves Dias, general da reserva do Exército, apontou alguns fatores que contribuíram para seu julgamento dos acontecimentos naquele dia. Ele se referiu especificamente a informações contraditórias da equipe responsável pela segurança. A dissensão resultou em uma “má avaliação” dos eventos, provocando sua decisão de verificar pessoalmente o Palácio do Planalto no dia dos protestos. Dias citou Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cíntia Queiroz de Castro, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), e o General Carlos Penteado como fontes de tais informações divergentes.
Durante seu depoimento, Dias recontou seus esforços para controlar a situação avançada dos manifestantes. Após testemunhar pessoalmente os manifestantes romperem o último bloqueio em direção ao Planalto, ele exigiu o envio de reforços imediatos. Entretanto, foi o rompimento fácil do bloqueio da Polícia Militar e a falta de revisão adequada em pontos de verificação estratégicos que o ex-ministro destacou como o principal problema na gestão dos protestos.