A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (22) o pacote fiscal proposto pelo presidente Donald Trump, denominado “One Big Beautiful Bill”, por uma votação apertada de 215 a 214. A medida, que agora segue para o Senado, representa uma vitória significativa para Trump e para o presidente da Câmara, Mike Johnson, após intensas negociações dentro do Partido Republicano.
Principais pontos do projeto
O projeto de lei visa implementar diversas mudanças na política fiscal e de gastos dos EUA:
- Extensão de cortes de impostos: Prorrogação dos cortes de impostos de 2017, incluindo isenções para gorjetas e horas extras.
- Aumento de gastos militares e de segurança: Alocação de US$ 150 bilhões adicionais para o Pentágono e financiamento para políticas de segurança nas fronteiras.
- Restrições a programas sociais: Imposição de requisitos de trabalho para beneficiários do Medicaid e do SNAP (programa de assistência nutricional), o que pode resultar na perda de cobertura para milhões de americanos.
- Revogação de incentivos à energia verde: Eliminação de subsídios introduzidos durante o governo Biden para promover fontes de energia renovável.
Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), o projeto pode adicionar aproximadamente US$ 3,8 trilhões à dívida nacional ao longo da próxima década.
Reações políticas
A aprovação do projeto gerou divisões tanto entre republicanos quanto entre democratas:
- Republicanos: Enquanto conservadores pressionaram por cortes mais profundos nos gastos, moderados expressaram preocupações sobre o impacto nas populações de baixa renda.
- Democratas: Criticaram o projeto por beneficiar desproporcionalmente os mais ricos e por reduzir o apoio a programas essenciais para os mais vulneráveis.
O deputado democrata Jim McGovern classificou o projeto como “um golpe para os americanos trabalhadores”, destacando que os cortes afetariam negativamente os mais necessitados.
Próximos passos
Com a aprovação na Câmara, o projeto segue para o Senado, onde os republicanos detêm a maioria. No entanto, espera-se que o texto enfrente modificações antes de uma possível sanção presidencial. A liderança republicana no Senado indicou que pretende revisar aspectos do projeto, especialmente aqueles relacionados a cortes em programas sociais e incentivos fiscais.