A tendência crescente de jovens sul-coreanos evitando casamento e paternidade está transformando o quadro demográfico do país. Um relatório governamental recente deixa claro a rápida aceleração dessa tendência na última década. Apresentando resultados de entrevistas com jovens na faixa de 19 a 34 anos, metade dos entrevistados alegou que não vê a necessidade de casamento e mais da metade não vê benefícios em ter filhos, mesmo após o casamento.
A pesquisa revelou que apenas 36,4% dos jovens sul-coreanos têm uma percepção positiva do casamento, em comparação aos 56,5% registrados em 2012. Os resultados apontam as crescentes pressões socioeconômicas como razões significativas para tal, incluindo custos de habitação elevados e um aumento geral do custo de vida. Entre o terço que tem visão positiva do casamento, a maioria é composta por homens, com apenas 28% de respostas positivas advindas de mulheres.
Preocupações com segurança em namoro foram citadas como fatores determinantes para a relutância das mulheres sul-coreanas em aceitar a ideia de casamento. Ainda, avanços na educação e no mercado de trabalho levaram a uma maior percepção do “custo de oportunidade do casamento”, pois muitas mulheres instruídas precisam ponderar sobre a possibilidade de comprometer suas carreiras para se casar. Consequentemente, muitas adiam ou renegam completamente a ideia de casamento e maternidade, o que contribui para a emergente crise demográfica no país. Os especialistas sugerem que para evitar o aprofundamento dessa crise demográfica, atitudes conservadoras precisam ser repensadas e foram necessárias mudanças legislativas para reconhecer e amparar diferentes formatos de família.