“Friends”, uma das séries norte-americanas mais icônicas, que teve seu sucesso ecoado de 1994 a 2004, continua sendo um grande fenômeno da cultura pop. No entanto, quem realmente conhece a cozinha por trás do show de Jennifer Aniston, Courteney Cox, Lisa Kudrow, Matt LeBlanc, Matthew Perry e David Schwimmer provavelmente tem uma visão menos romantizada. Patty Lin, que integrou o time de roteiristas da amada sitcom em sua 7ª temporada, veio à tona recentemente para contar o lado B dessa história em seu livro “The End Credits: How I Broke Up With Hollywood” (“Os Créditos Finais: Como Terminei com Hollywood”, tradução livre).
No auge do sucesso do show, Lin relata que a rotina da sala de roteiristas era exaustiva, com um dia de trabalho durando 12 horas, começando com uma reunião geral da equipe, divida posteriormente em grupos menores. Esses grupos eram responsáveis pela escrita de um episódio completo, sob a fiscalização de David Crane e Marta Kauffman, os produtores executivos da série. Lin descreve Crane como um obcecado por trabalho que nunca estava satisfeito e a atmosfera era de constante pressão. Entre os 14 roteiristas, apenas cinco eram mulheres, o que, somado ao fato de que os escritores contratados formavam seus próprios grupos de afinidade, tornava o ambiente laboral mais desafiador.
A experiência de Lin com as estrelas do show também foi diferente da que muitos imaginam – o entusiasmo inicial ao conhecer o elenco logo se esvaneceu. Muitos pareciam descontentes e insatisfeitos com o trabalho, ao ponto de sabotar piadas das quais não gostavam. Essa atitude do elenco suprimiu milhares de boas piadas que foram, posteriormente, retiradas dos scripts. Ao final de sua estada na produção, Lin estava esgotada e relutante em continuar. No entanto, a decisão foi tomada por ela, seu contrato com “Friends” não foi renovado. A experiência, no entanto, ensinou-lhe algo: ela não queria mais escrever para sitcoms.