Em um evento dramático na Nigéria, mais de 200 pessoas foram detidas durante uma cerimônia de casamento. A detenção em massa, considerada uma das maiores em relação à comunidade LGBTQ+ da Nigéria nos últimos anos, ocorreu na segunda-feira (28), com a polícia declarando que 67 pessoas serão processadas por “supostamente conduzir e comparecer a uma cerimônia de casamento entre pessoas do mesmo sexo”.
Essa ação ocorre dentro de um contexto em que as relações homossexuais são criminalizadas na Nigéria, e as leis do país prescrevem uma pena de até 14 anos de prisão para aqueles condenados por celebrar uma união civil entre pessoas do mesmo sexo. A polícia descreveu o evento como maligno em uma transmissão ao vivo, com um oficial alegando que “não podemos copiar o mundo ocidental… somos a Nigéria e devemos seguir a cultura deste país”. Apesar da detenção e da acusação, alguns dos suspeitos autodeclararam-se não homossexuais e profissionais da moda, tais como modelos e designers.
A Anistia Internacional da Nigéria condenou fortemente as ações policiais, classificando-as como “uma caça às bruxas”. Em um apelo público, a organização exigiu que a polícia estadual do Delta libertasse imediatamente os detentos e pusesse fim à perseguição. Segundo a Anistia Internacional, a criminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo na Nigéria está sendo cada vez mais usada para assédio, extorsão e chantagem, algo que a organização chama de “inaceitável”.