O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na terça-feira, 29, a formação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, elevando o total de ministérios em seu governo para 38. O anúncio, feito durante o programa “Conversa com o Presidente”, marca um novo recorde para Lula, superando os 37 ministérios de seu segundo mandato e apenas um a menos que o recorde de 39 mantido durante o segundo mandato de Dilma Rousseff. Segundo Lula, a criação do novo ministério visa oferecer apoio específico aos pequenos empresários, cooperativas e trabalhadores autônomos, mediante a oferta de crédito e oportunidades.
A nova pasta está sendo vista como uma jogada estratégica de Lula para incorporar o bloco do Centrão ao seu governo. O cientista político Eduardo Grin, professor da FGV de São Paulo, afirmou que a criação de um novo ministério seria um meio de equilibrar a representação de aliados, mulheres e comunidades negras e indígenas no governo, além de proporcionar espaço para partidos do bloco, como o Republicanos e o PP. Grin destacou que ao estabelecer uma agenda para a Micro e Pequena Empresa, Lula está criando um ministério atrativo com recursos e visibilidade, numa área estratégica que tem potencial de criar empregos.
As negociações para a inclusão do Centrão no governo Lula estão em andamento há quatro meses. André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) são nomes confirmados para compor o primeiro escalão do governo, embora sua distribuição ministerial ainda esteja indefinida. Os atuais planos provavelmente verão Costa Filho assumindo Portos e Aeroportos, substituindo Márcio França, que pode ser transferido para o Ministério da Ciência e Tecnologia, atualmente liderado por Luciana Santos. A pasta das Mulheres, atualmente comandada por Cida Gonçalves, iria para Santos, enquanto Fufuca assumiria o Ministério do Desenvolvimento Social, atualmente liderado por Wellington Dias.
