Presidente da CPI questiona ações do MST e defende fim do movimento

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), deputado federal Luciano Zucco (Republicanos-RS), afirmou categoricamente que o MST “tem que acabar” durante uma entrevista ao Metrópoles na terça-feira. Ele acredita que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) deve ser responsável pela reforma agrária, substituindo o papel do MST, que, segundo Zucco, “não tem finalidade”.

Zucco insinuou que o MST tem enganado famílias carentes em vez de realizar seus objetivos declarados. Ele disse: “Temos o Incra para fazer uma reforma agrária. Encontramos na CPI várias famílias carentes que tem o sonho de produzir, que teriam condições de ter o financiamento para estruturar uma condição mínima… mas não é isso que acontece. O MST hoje está cometendo crimes, enganando as pessoas”. No entanto, o MST é um movimento brasileiro que luta por uma reforma agrária há quase 40 anos e já assegurou o assentamento de mais de 450 mil famílias em 24 estados do país.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSol), coordenador e uma das figuras mais conhecidas do MST, ainda não se pronunciou sobre as declarações de Zucco. Recentemente, o MST contestou depoimentos de três ex-militantes apresentados à CPI, condenando a falta de legitimidade da Comissão. O movimento também destacou que nenhuma prova documental referente às acusações contra o MST foi apresentada à comissão. Até o momento, o MST não comentou as observações feitas pelo deputado.