No mês passado, um acontecimento desconcertante chamou a atenção do público e da comunidade científica. Um jovem de apenas 19 anos, morador de Pequim, na China, foi diagnosticado com a doença de Alzheimer, tornando-se a pessoa mais jovem já diagnosticada com a condição, geralmente associada a idosos. A identidade do jovem é mantida em sigilo, mas sabe-se que ele começou a apresentar sintomas há dois anos, um fator que tem intrigado os cientistas.
O caso foi amplamente divulgado na edição de janeiro da Journal of Alzheimer’s Disease. Anteriormente, o mais jovem paciente diagnosticado com a doença tinha 21 anos, também originário da China. O mistério se aprofunda considerando que o jovem não possui histórico familiar de Alzheimer e aparentemente não passou por nenhuma circunstância que pudesse ter afetado sua memória – principal característica afetada pela doença.
Os cientistas da Capital Medical University em Pequim estão debruçados sobre o caso, após diversos testes cognitivos terem confirmado o diagnóstico. As dificuldades provocadas pela doença fizeram com que o jovem abandonasse a escola no último ano do ensino médio. Os resultados desses exames indicaram o desenvolvimento de atrofia do hipocampo cerebral e o acúmulo da proteína beta – ambas características da doença, bem como um aumento da proteína tau. “Explorar os mistérios dos jovens com doença de Alzheimer pode se tornar uma das questões científicas mais desafiadoras do futuro”, afirmam os pesquisadores ao South China Morning Post.