O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), coronel Fabio Augusto Vieira, recorreu ao seu direito constitucional de permanecer calado durante o seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. No entanto, disse que lamentou a ação de vândalos e terroristas que danificaram prédios públicos e patrimônios históricos após as eleições, frisando que nunca concordou com ataques ao Estado democrático de direito. Vieira justificou seu silêncio devido à falta de acesso por parte de seus advogados à íntegra dos documentos usados pela acusação para formular a denúncia.
A Procuradoria-Geral da República acusa o coronel e mais seis membros da cúpula da PM-DF pela omissão em cumprir o dever funcional de proteger o Estado democrático de direito, além de danificar o patrimônio público. Na denúncia, foi mencionado um áudio, tratado como falso, enviado a Vieira pelo então subcomandante geral da PM-DF, Klepter Rosa Gonçalves. Esta gravação sugeria um ambiente de descontentamento na PM-DF com o resultado das eleições presidenciais.
Por outro lado, o deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) comentou durante o interrogatório do coronel que a responsabilidade principal de proteger os prédios localizados na Praça dos Três Poderes recai sobre a União, não sobre a PM-DF. Ele também mencionou o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, e o ministro da Justiça, Flávio Dino, responsabilizando-os por não agir em tempo hábil contra a agitação. Fermamente, o Delegado Ramagem questionou se 800 militares à disposição de Dias e sete pelotões oferecidos por Dino não teriam ajudado a conter os vândalos.