O Índice de Confiança da Indústria (ICI) enfrentou uma queda de 0,5 ponto em agosto, seguindo uma diminuição de 2,1 pontos em julho do mesmo ano. Os dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) indicam que, com esta queda, o índice alcançou 91,4 pontos – o ponto mais baixo visto desde agosto de 2020, quando estava em 89,8 pontos. Na média móvel trimestral, o ICI também sofreu contração de 0,5 pontos, baixando para 92,4 pontos.
Dos três componentes do ICI monitorados pela FGV, dois apresentaram queda durante agosto. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu em 1 ponto, para 88,5 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) manteve-se estável em 94,4 pontos. Além destes, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) teve uma queda de 0,2 ponto percentual, alcançando 80,8%. O economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Stéfano Pacini, observou que a confiança da indústria diminuiu pelo segundo mês consecutivo, influenciada pela piora na percepção do momento atual e estagnação com relação às expectativas.
Pacini destacou ainda que as condições macroeconômicas atuais continuam a afetar os empreendedores do setor industrial, com destaque para a persistência de taxas de juros elevadas e crescimento do endividamento das famílias. Tais fatores estão dificultando a recuperação da demanda e mantendo as empresas com um alto nível de estoques, especialmente em segmentos que produzem bens de consumo. Com percepções mornas acerca do nível de atividade para os meses seguintes, é esperado alguma melhora no mercado de trabalho, segundo avaliação do economista.