Emmanuel Macron, presidente da França, expressou preocupação com a expansão do bloco denominado Brics, constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante uma reunião com embaixadores realizada na segunda-feira, 28 de agosto, Macron alertou que a inclusão de novos membros no grupo poderia acarretar numa “fragmentação do mundo”. Ele argumenta que esta ampliação evidencia a intenção de construir uma alternativa à atual ordem mundial, que ele identifica como excessivamente ocidental.
A recente adesão de Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã ao grupo foi destacada na última reunião do Brics, que ocorreu entre os dias 22 e 24 de agosto em Joanesburgo. Com estas novas incorporações, o bloco agora representa quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Macron interpreta esta nova configuração como um potencial risco para o enfraquecimento da Europa.
O líder francês anunciou que pretende dialogar com todos os parceiros do grupo para tentar evitar um possível cenário de divisão. A preocupação de Macron é compartilhada por outras potências globais que estão atentas às mudanças geopolíticas promovidas pela extensão do Brics. Como uma das vozes mais proeminentes da União Europeia, a posição do presidente francês poderá influenciar a resposta do bloco europeu a esta nova dinâmica do poder global.