Nesta segunda-feira (5), o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, decidiu não comparecer à sessão de abertura do ano legislativo no Congresso. Em seu lugar, nomeou os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para representá-lo na cerimônia, onde serão apresentadas as prioridades do governo aos parlamentares.
Essa decisão, seguindo a prática adotada por Lula no ano anterior e em seus mandatos anteriores, ocorre em um contexto de crescente tensão entre Alexandre Padilha e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Lira acusa o ministro de não cumprir acordos, especialmente no que se refere à liberação de verbas de emendas parlamentares, especialmente recursos do Ministério da Saúde.
Apesar das pressões de Lira, Lula indicou que não pretende ceder e manterá Padilha como responsável pela articulação política. Há especulações de que as insatisfações no centrão da Câmara derivam, em grande parte, da perda da exclusividade na distribuição de emendas que o grupo tinha durante o governo de Jair Bolsonaro.
Na semana passada, Arthur Lira compartilhou suas queixas sobre a articulação política com Rui Costa, informando que o Congresso planeja derrubar o veto de Lula de R$ 5,6 bilhões às emendas das comissões parlamentares. O ministro da Casa Civil representará o presidente na cerimônia do Congresso nesta segunda-feira, seguindo a tendência estabelecida por Bolsonaro nos dois primeiros anos de seu mandato.
Parlamentares projetam que o Congresso Nacional priorizará pautas econômicas para o ano atual, mas reconhecem que o tempo para a apreciação dessas matérias será limitado devido às eleições municipais. A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) divulgou que a agenda do governo em 2024 focará em quatro eixos prioritários, incluindo a regulamentação da reforma tributária, MP da reoneração da folha de pagamento, planos regionais de desenvolvimento, projetos de bioinsumos e combustíveis alternativos, além do programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover).