O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao país africano de Angola, surpreendentemente se auto-denominou como “pobre”, referindo-se ao valor de seu patrimônio declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que soma R$ 7,4 milhões. Lula, que discursou sobre a relação bilateral de Brasil e Angola e sobre o papel da imprensa nas democracias, fez também alusões à Operação Lava-Jato que, segundo ele, lhe deu um “atestado de pobreza”.
Em tom crítico, Lula afirmou abertamente que discorda da cobertura midiática dada à operação Lava-Jato no Brasil, foco de grande polêmica e investigações envolvendo corrupção. Referiu-se especificamente à popular revista brasileira Veja, insinuando que os angolanos seriam influenciados por uma visão distorcida promovida pela referida publicação: “Eu sei que aqui vocês liam a revista Veja”.
O ex-líder operário reforçou que mesmo com o patrimônio declarado, não se vê frustrado por “ser pobre”. Tal afirmação levanta questionamentos sobre as medidas de riqueza e de pobreza, e em que contexto a figura de uma personalidade política, como Lula, se encaixa nesses critérios. A visita do presidente a Angola, onde participou de debates e eventos, vem recebendo atenção tanto da mídia local quanto da internacional.