Em meio a um clima de incerteza e ansiedade, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) enfrenta uma fuga de capital internacional continuada, chegando ao seu pior mês desde setembro de 2021. Somente no dia 22 de agosto, foram registrados mais R$ 300 milhões saindo do mercado acionário. O cenário, que vem se desenvolvendo desde o início do mês, chegou a um volume total de perdas que ultrapassa a marca dos R$ 10 bilhões.
O balanço das últimas sessões revela a tensão do mercado. Em um espaço de 14 sessões, o saldo líquido foi negativo, com apenas duas registrando entrada de dinheiro estrangeiro na bolsa. Esse êxodo de investimentos reflete, em parte, as preocupações dos atores estrangeiros com a atual fase da política econômica brasileira, cujas diretrizes parecem cada vez menos atrativas.
O impacto dessas saídas causou um refluxo expressivo. O valor acumulado de Janeiro a Julho, que atingiu pouco mais de R$ 7 bilhões, já deixou a bolsa. Apesar do saldo ainda se manter positivo no ano, o esgotamento da paciência do capital estrangeiro sugere uma urgente necessidade de revisão da estratégia econômica do país, sob o risco de acelerar ainda mais essa tendência de debandada de investimentos.