Congressistas brasileiros manifestaram sua objeção à carta enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a comunidade evangélica durante sua campanha eleitoral em 2022. Membros da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Família e da Vida criticaram a Resolução 715 do CNS (Conselho Nacional de Saúde), que estabeleceu as diretrizes para o Plano Plurianual e o Plano Nacional de Saúde. Os líderes políticos acusam o presidente de contradição, já que na carta datada de 19 de outubro de 2022, Lula afirmava ser pessoalmente contra o aborto, comprometendo-se com a “vida plena em todas as suas fases”.
Além da questão relacionada ao aborto, os parlamentares também questionaram outras partes da resolução, que incluía políticas em favor da comunidade LGBTQIA+ e o incentivo ao reconhecimento das religiões de matriz africana. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou o presidente Lula, acusando-o de contradizer a promessa feita aos evangélicos. Paralelamente, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) argumentou que o governo estava “ideologizando a saúde”.
Destacar que os membros da bancada evangélica marcaram presença e foram vocalmente críticos à ministra da Saúde, Nísia Trindade, que foi caracterizada como uma “ativista comunista” pelo senador Magno Malta (PL-ES), presidente da Frente em Defesa da Família. O deputado Eli Borges (PL-TO), também membro da bancada evangélica, referiu-se à ministra como a “ministra da morte”. Estes debates críticos destacam a divisão existente no Congresso brasileiro sobre questões de aborto e direitos LGBTQIA+, temas que estão cada vez mais na vanguarda da política nacional.