Os chilenos rejeitaram neste domingo, 17, pela segunda vez, a proposta de substituir a Constituição do país por uma nova versão. Com mais de 90% das urnas apuradas, 56% da população votou contra e 44%, a favor do texto.
A derrota é um revés para o presidente Gabriel Boric, que foi eleito em 2021 com o apoio da esquerda. Ele havia defendido a aprovação da nova constituição como uma forma de modernizar o país e promover a igualdade social.
O texto rejeitado no domingo destacava, entre outras coisas, a paridade de gênero e proteções ambientais extensas contra as mudanças climáticas. Muitos chilenos consideraram a proposta radical demais.
Em setembro de 2022, a população chilena também rejeitou uma primeira versão da nova constituição. A proposta gestada pela esquerda, como a de instalar um Estado plurinacional e uma Justiça indígena, quebrando com a unidade nacional, foi rejeitada por 63% a 37%.
O voto foi obrigatório a todos os cidadãos chilenos com domicílio eleitoral no país.
O presidente Boric já afirmou que não buscará uma terceira reformulação constitucional. No entanto, ele poderá tentar emendar o texto atual para incluir sugestões populares, como a expansão dos direitos reprodutivos e ambientais.
A Constituição chilena remonta ao governo do general Augusto Pinochet e foi alterada diversas vezes depois da queda do ditador.