Os encontros reservados entre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, juntamente com outros oficiais, tem gerado várias especulações. Nas últimas semanas, essas negociações discretas têm sido mais frequentes por causa das discussões relacionadas à reforma ministerial que busca acomodar os partidos do Centrão. A imprensa tem flagrado muitas destas reuniões, principalmente as que acontecem à noite nas residências oficiais, apesar de não constarem nas agendas oficiais.
O discurso de transparência e de conduzir negociações às claras do presidente Lula tem sido questionado, uma vez que suas ações demonstram o contrário. Em um esforço para driblar a atenção da imprensa, Lula e Lira têm realizado encontros secretos sem o tradicional comboio presidencial de segurança. Em várias entrevistas, o presidente Lula assegurou que as discussões com os líderes partidários seriam públicas para minimizar as especulações. No entanto, suas palavras não estão alinhadas com suas ações, uma vez que várias visitas secretas foram posteriormente confirmadas por assessores.
Ao mesmo tempo, as promessas do presidente Lula também têm sido desafiadas. O governo tem assumido posturas ambíguas, com reuniões que depois são descritas como informais. Um exemplo é o churrasco no início do mês na casa do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, com representantes da articulação política do governo. Os objetivos desses encontros, segundo relatos, são para ampliar a base de apoio no Congresso. Apesar das evidências, todos os encontros secretos continuam sendo negados pelo Planalto, Secom e assessorias de outros poderes. Essa prática contrasta com o prometido avanço na transparência.