O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) recebeu cerca de 473 mil reclamações de beneficiários que contestaram descontos não autorizados em seus pagamentos até as 16h desta quarta-feira (14). O volume corresponde a 98,6% de todas as solicitações feitas no sistema no primeiro dia de funcionamento da nova ferramenta de contestação.
O serviço foi disponibilizado após o envio de notificações a 9,4 milhões de pessoas pelo aplicativo “Meu INSS” na terça-feira (13), alertando sobre possíveis descontos promovidos por associações e entidades. Desde então, os usuários passaram a consultar o nome das instituições e a informar se autorizaram ou não as cobranças.
Apesar do anúncio de que haveria transparência total a partir desta quarta-feira, o INSS adiou a divulgação dos valores descontados e das entidades envolvidas. A autarquia informou que os dados serão revelados apenas após a conclusão dos trâmites internos com as organizações notificadas.
Os beneficiários que desejam contestar os descontos podem fazê-lo por meio do site e aplicativo “Meu INSS” ou pela Central Telefônica 135, que atende de segunda a sábado, das 7h às 22h.
Golpes digitais miram aposentados com perfis falsos nas redes sociais
O INSS também emitiu um alerta sobre fraudes em redes sociais. Perfis falsos, como o “@assistencia_inss” no Instagram, estão se passando por canais oficiais da autarquia para enganar aposentados. As contas fraudulentas replicam conteúdos autênticos e oferecem atalhos para reembolsos, direcionando os usuários a links maliciosos.
Ao clicarem nos links e fornecerem informações pessoais — como CPF, número do benefício, fotos de documentos e comprovantes de residência —, os beneficiários acabam sendo vítimas de golpes financeiros, incluindo saques indevidos e empréstimos consignados não autorizados.
Segundo o INSS, os criminosos utilizam mensagens que imitam postagens oficiais, sugerindo facilidades para resolver pendências ou acelerar a liberação de valores relacionados aos descontos associativos.
O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou que, caso as entidades cobradoras não efetuem o ressarcimento aos prejudicados em até 15 dias úteis, o governo federal analisará o impacto financeiro da devolução. A União poderá acionar o Tesouro Nacional para cobrir os valores, se necessário.
Além disso, o governo estuda ampliar o atendimento presencial, principalmente em agências da Caixa Econômica Federal, para dar suporte aos beneficiários durante o processo de contestação dos descontos.