Ondas de saques têm assolado os comércios da Argentina, principalmente na periferia de Buenos Aires. A crescente pobreza e o constante reajuste de preços têm alimentado essa situação. Durante uma única noite, 56 pessoas foram presas em mais de dez roubos a supermercários em oito municípios metropolitanos. Esses ataques, conhecidos como “ataques piranha”, envolvem grandes grupos que invadem e roubam os comércios em rápida sucessão.
Os assaltos são frequentemente coordenados através de redes sociais e muitas vezes envolvem menores. O secretário de Segurança da Província de Buenos Aires, Sergio Berni, relatou várias tentativas de roubos durante a noite quando as lojas começavam a fechar. Em uma das mais violentas, cerca de 50 pessoas, incluindo crianças, cercaram um supermercado em Moreno, ateando fogo a um depósito de botijões de gás antes de forçar a entrada.
O cenário político tem sido apontado pelo governo como um dos principais instigadores da onda de saques. Gabriela Cerruti, porta-voz da presidência, acusou o partido do candidato de direita à presidência, Javier Milei, de manipular as redes sociais para desestabilizar o governo. Coincidentemente, Milei comparou a atual situação da Argentina com o colapso socioeconômico e político de 2001. A crise tem sido agravada por uma inflação que projeta-se em 150% a 200% para 2023, após a recente desvalorização da moeda em 22%.