Durante depoimento na CPI das Bets, a influenciadora Virginia Fonseca questionou a regulamentação das apostas esportivas pelo Senado e rebateu críticas sobre sua participação em campanhas publicitárias do setor. A audiência ocorreu nesta terça-feira (13) e atraiu a presença de fãs e servidores no auditório.
O momento mais destacado da sessão ocorreu quando a relatora Soraya Thronicke (Podemos-MS) perguntou à influenciadora por que ela promove os jogos on-line. Virginia respondeu com um questionamento: se a prática é considerada tão prejudicial, por que está regulamentada pelo próprio Senado. “Se é tão ruim, acaba tudo”, afirmou.
A regulamentação mencionada por Virginia se refere a um projeto de lei aprovado pelo Senado, que estabelece regras para as apostas esportivas de quota fixa, conhecidas como “bets”. O texto foi relatado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA) e teve apoio majoritário no Congresso. A medida visa atender a uma demanda de arrecadação do governo federal, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante o debate, Soraya abordou o impacto do vício em jogos na vida de algumas pessoas, ao que Virginia respondeu que essa responsabilidade cabe ao Legislativo. “A senhora tem o poder de fazer alguma coisa”, disse. A senadora argumentou que não há recursos disponíveis para ações de apoio, e a influenciadora retrucou: “Então aí está complicado”.
Virginia também rebateu informações publicadas em uma reportagem da revista Piauí, que afirmou que ela teria recebido um adiantamento de R$ 50 milhões e lucraria com as perdas dos apostadores. A influenciadora declarou: “Se eu for ficar preocupada com o que a Piauí vai falar, eu não vivo”.
Parlamentares saíram em defesa de Virginia, destacando que ela não é responsável pela regulamentação do setor. Ao final da audiência, a influenciadora sugeriu que a CPI também convoque clubes de futebol e emissoras que recebem patrocínio de plataformas de apostas.