Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o fortalecimento da parceria entre Brasil e China, afirmando que os dois países “nunca estiveram tão próximos”. A declaração foi feita nesta terça-feira (13), em Pequim, ao lado do presidente chinês Xi Jinping. No mesmo dia, as duas nações assinaram 20 protocolos e memorandos de cooperação em áreas como ciência, tecnologia, aeroespacial e agricultura.
Lula enfatizou a importância da relação bilateral no atual cenário global. Segundo ele, Brasil e China estão comprometidos com a defesa do multilateralismo e rejeitam o unilateralismo e o protecionismo. “A relação entre o Brasil e a China nunca foi tão necessária”, disse o presidente brasileiro, destacando os desafios enfrentados por um mundo cada vez mais instável.
Este foi o terceiro encontro entre Lula e Xi Jinping desde o início do atual mandato presidencial. As reuniões anteriores ocorreram em Brasília e em outra ocasião em território chinês.
Durante seu discurso, Lula voltou a criticar as guerras comerciais, afirmando que elas não beneficiam nenhum país, pois elevam preços, afetam as economias e prejudicam especialmente os mais vulneráveis. Xi Jinping também defendeu o livre comércio e o sistema multilateral, reafirmando o alinhamento estratégico com o Brasil.
A visita ocorre em um contexto de negociações entre Estados Unidos e China, que anunciaram uma trégua temporária de 90 dias nas tarifas comerciais impostas reciprocamente desde o governo do presidente norte-americano Donald Trump.
Lula também abordou temas internacionais, como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza. Ele reiterou a proposta de mediação conjunta com a China para buscar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, destacando que a superação de conflitos armados é essencial para o desenvolvimento. Sobre o Oriente Médio, afirmou que não haverá paz sem a criação de um Estado palestino viável ao lado de Israel.
No campo bilateral, Lula ressaltou os avanços obtidos por meio da integração entre os bancos centrais e da mobilização conjunta para financiar projetos nas áreas de infraestrutura, energia e sustentabilidade. Segundo o presidente, nunca tantos projetos foram discutidos de forma sistemática em tão pouco tempo.
Além da reunião com Xi Jinping, Lula também encontrou-se com o primeiro-ministro chinês Li Qiang e o presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional, Zhao Leji. Durante a viagem, o presidente brasileiro manteve ainda encontros com os líderes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Chile, Gabriel Boric.
A comitiva brasileira inclui 11 ministros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, parlamentares, autoridades e cerca de 200 empresários. Antes de chegar à China, Lula esteve na Rússia, onde se reuniu com o presidente Vladimir Putin e defendeu um cessar-fogo na Ucrânia.