A Secretaria de Comunicação da Presidência decidiu não responder diretamente ao vídeo publicado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A decisão, segundo o jornal O Globo, foi tomada em reuniões internas, com o objetivo de evitar associações a práticas de comunicação agressiva como as atribuídas ao chamado “gabinete do ódio” durante o governo anterior.
A estratégia da Secom, sob comando de Sidônio Palmeira, tem sido focar na orientação dos aposentados e beneficiários sobre a recuperação dos valores desviados. A comunicação também busca esclarecer que os problemas apontados não tiveram início na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas são herdados da administração anterior, e que o atual governo está atuando para corrigi-los.
Paralelamente, o Partido dos Trabalhadores (PT) distribuiu uma cartilha de 30 páginas intitulada “Desmentido Nikolas Ferreira – INSS” a seus parlamentares. A medida foi alinhada com o Palácio do Planalto, que avaliou que eventuais respostas deveriam partir da base governista no Congresso Nacional, e não diretamente da estrutura oficial de comunicação do governo.
A cautela da Secom também está relacionada à preservação da imagem pública da secretaria, evitando interpretações de que uma reação direta ao vídeo de Nikolas seria um ataque político. Assim, a tarefa de responder às críticas foi delegada a parlamentares aliados de Lula.
Entre as iniciativas, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) divulgou vídeos para contestar as declarações de Nikolas Ferreira, mas sem alcançar a mesma repercussão. O vídeo do parlamentar mineiro acumulou mais de 100 milhões de visualizações em dois dias. Já o deputado André Janones (Avante-MG), que publicou uma gravação no dia seguinte à operação da Polícia Federal — anterior ao conteúdo de Nikolas —, teve até a sexta-feira, dia 10, cerca de 3,7 milhões de visualizações.