O início do pontificado de Leão XIV tem chamado atenção pela retomada de símbolos históricos e por um perfil mais erudito e tradicional. Nascido Robert Francis Prevost, o novo papa resgatou práticas e vestes litúrgicas que haviam sido deixadas de lado nos últimos anos, como a mozeta e a estola vermelhas, elementos que remetem à autoridade e à simbologia pastoral do líder da Igreja Católica.
Escolhido como sucessor de Francisco, Leão XIV se diferencia por sua formação acadêmica robusta. Com estudos em matemática, filosofia, teologia e direito canônico, ele também domina diversas línguas, incluindo latim, inglês, espanhol, italiano, francês e português. Essa versatilidade linguística amplia sua capacidade de interlocução com diferentes culturas e líderes globais.
Durante sua primeira aparição pública, Leão XIV leu um discurso escrito anteriormente à sua eleição, demonstrando domínio da oratória tradicional. A fala durou cerca de nove minutos e foi elogiada pela imprensa italiana por sua cadência precisa. A mensagem central do novo pontífice destacou o compromisso com a paz — tanto no mundo quanto na própria Igreja — e a valorização da unidade na diversidade.
Apesar de tradicionalista em aspectos litúrgicos e morais, o papa também já sinalizou nuances em sua visão sobre questões sociais e econômicas. Ele é visto como mais rigoroso em temas como família, aborto e sexualidade, mas adota postura mais moderada em relação a trabalho, imigração e economia, o que o afasta de alinhamentos políticos simplificados.
Internamente, setores do Vaticano pressionam para que Leão XIV se instale no Palácio Apostólico, restaurando a prática histórica interrompida por seu antecessor. Ainda assim, ele permanece fiel ao figurino exigido por uma instituição com quase dois milênios de existência, buscando equilíbrio entre tradição e renovação.
Seu lema “In Illo uno unum” — expressão de Santo Agostinho que reforça a união sob Cristo — revela o espírito de seu pontificado: promover a comunhão entre diferentes correntes dentro da Igreja, sem abrir mão da doutrina. A proposta é conciliar periferias e centro, com firmeza nos princípios e abertura para o diálogo.