Policiais federais de todo o Brasil realizaram protestos nesta quinta-feira (26) para pressionar o governo a conceder um reajuste salarial. A categoria pede um aumento de 20% e afirma que o governo tem descumprido promessas de valorização.
Delegados e agentes da Polícia Federal argumentam que receberam mais responsabilidades nos últimos anos, como o controle de armas de fogo, que antes era atribuição do Exército. Além disso, eles afirmam que o governo tem utilizado as operações e investigações da PF como vitrine, sem oferecer contrapartidas à corporação.
As negociações para o reajuste salarial estão em andamento no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. No entanto, uma reunião prevista para a semana passada foi desmarcada pelo ministério, o que gerou ainda mais insatisfação entre os policiais.
A presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), delegada Tania Prado, divulgou uma nota afirmando que a categoria não está disposta a aceitar mais protelações e promessas vazias.
“Os protestos nacionais de hoje de todas as categorias da Polícia Federal unidas são de suma importância para mostrarmos ao governo nosso inconformismo com os rumos que estão dando no tratamento ao fator humano da instituição que tanto tem trabalhado pela segurança interna do país!”, diz a nota.
Essa é apenas a primeira ação de um cronograma mais amplo. De acordo com informações do Estadão, as lideranças da categoria estão estudando a possibilidade de realizar paralisações caso não haja uma resposta positiva por parte do governo. Já foi aprovada, inclusive, uma paralisação das atividades no dia 16 de novembro, que é o Dia do Policial Federal.
A pressão da classe dos policiais federais vem se arrastando desde o governo de Jair Bolsonaro. Em alguns momentos, os policiais chegaram a realizar atos e operações lentas na fiscalização de passageiros e cargas.
Apesar do reajuste de 9% concedido aos servidores federais em maio deste ano, as associações da Polícia Federal afirmam que esse aumento não foi suficiente para cobrir a defasagem salarial existente na carreira. Por isso, os policiais continuam lutando por uma recomposição salarial justa e adequada às suas responsabilidades e importância para a segurança interna do país.