Tensões têm crescido dentro da Polícia Federal em resposta a ações governamentais que sugerem possíveis retaliações a profissionais envolvidos na Operação Lava Jato. Uma correlação extraordinária da Corregedoria Nacional de Justiça parecem sugerir investigações criminais e procedimentos administrativos se preparando contra os investigadores da Lava Jato, sob a alegação de abusos passados. Além disso, houve uma reestruturação interna significativa começando no ano passado, que colocou muitos desses oficiais em cargos de importância reduzida.
O caso do delegado Sérgio Eduardo Busato, que foi nomeado para um cargo executivo de alto grau na Polícia Federal, e então impedido de assumi-lo, parece ser emblemático da situação. Busato foi imediatamente destituído de sua posição depois de liberar o presidente Lula em 2019, uma tarefa não bem recebida por membros do governo atual. Há também o caso do delegado Márcio Adriano Anselmo, um ator central na Operação Lava Jato, que foi removido da linha de frente das investigações e transferido para um papel acadêmico.
Enquanto isso, a atenção política tem se concentrado nas figuras proeminentes da Lava Jato, como o ex-procurador Deltan Dallagnol e Sergio Moro. Ainda assim, a Polícia Federal teme uma onda de retaliações. Até agora, os delegados mantiveram o silêncio público por medo de represálias, mas internamente, muitos descrevem a situação como uma “caça às bruxas”. A incerteza persiste, nesta época difícil para a Polícia Federal.