O café moído registrou uma inflação superior a 80% nos últimos 12 meses, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior alta registrada para o produto desde a implantação do Plano Real, em julho de 1994.
Naquele período, entre junho de 1994 e maio de 1995, a inflação acumulada do café superou os 85%, influenciada pelas mudanças provocadas pela introdução da nova moeda.
Maior variação entre 377 itens pesquisados
O café moído apresentou a maior variação de preços entre os 377 bens e serviços que compõem a cesta do IPCA. A elevação de preços se destacou principalmente nas seguintes regiões:
- Porto Alegre: quase 100% de aumento;
- Goiânia: alta de 97%;
- São Paulo: aumento de 65%;
- Recife: menor variação entre as capitais analisadas, com 61%.
Em abril, o café teve alta de mais de 4% em nível nacional, após um avanço de 8% em março. O produto figura entre os principais responsáveis pela pressão sobre o grupo de alimentação e bebidas no IPCA.
Impacto no índice geral de inflação
Mesmo com a desaceleração da inflação no grupo de alimentação e bebidas, que passou de 1,1% em março para 0,82% em abril, o café continuou tendo peso significativo no índice.
No acumulado de 12 meses até abril, o grupo alimentação e bebidas teve inflação de 7,8%, a mais elevada entre os nove grupos pesquisados pelo IBGE. Em segundo lugar aparece o setor de educação, com variação de 6,3%.