A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, tentou se desresponsabilizar pela má-gestão do governo de Alberto Fernández ao votar no primeiro turno das eleições gerais, neste domingo (22).
A situação peronista enfrenta o pior cenário econômico e a sua pior performance eleitoral na história.
Para tentar se salvar ao médio prazo, Kirchner deu uma de “vice decorativa”. Ela alegou que não pode fazer nada além de presidir o Senado, cargo exercido de praxe pelo vice-presidente, como ocorre nos Estados Unidos.
“Eu presido o Senado em um país presidencialista. A responsabilidade é do Presidente da Nação [Fernández]. Eu falei e não fui escutada”, disse Kirchner em seu colégio eleitoral em Río Gallegos, na Província de Santa Cruz, na Patagônia.
Fernández votou em seu colégio eleitoral, em Puerto Madero, na cidade de Buenos Aires. Ele se recusou a responder perguntas de jornalistas relacionadas ao seu governo alegando que a veda eleitoral o proibia.
A declaração de Kirchner foi criticada por analistas políticos. Eles afirmam que ela está tentando se livrar da responsabilidade pela crise do governo.
“É uma tentativa de Cristina de se salvar, mas é uma tentativa patética”, disse o analista político Gustavo Sylvestre. “Ela é a vice-presidente e tem um poder de influência muito grande sobre o governo. Não é possível que ela diga que não pode fazer nada”.
A eleição presidencial da Argentina será realizada em 12 de outubro. Os argentinos irão escolher um novo presidente, vice-presidente, deputados e senadores.