O governo da Nicarágua enviou 12 padres presos ou em prisão domiciliar para o Vaticano, após um acordo firmado com a Santa Sé. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (19) por um comunicado oficial da Igreja Católica.
O acordo foi negociado após pressão da Santa Sé, que exigiu a libertação dos religiosos, que eram acusados de crimes políticos. O governo de Daniel Ortega havia condenado os padres por crimes comuns, em julgamentos considerados manipulados.
Dos 12 padres, dois cumpriam pena em um centro penitenciário, enquanto os outros estavam detidos em celas policiais ou sob prisão domiciliar em áreas da Igreja.
O bispo Rolando Álvarez, conhecido por ser um crítico ferrenho da ditadura de Ortega, não faz parte deste grupo. Em julho, o regime sandinista tentou negociar com um enviado do Vaticano para tirar Álvarez da prisão e enviá-lo a Roma, mas a tentativa fracassou. O bispo, que foi condenado a 26 anos e quatro meses de prisão em fevereiro deste ano, afirmou que não deixaria “sua pátria” porque não cometeu nenhum crime.
O acordo entre o governo da Nicarágua e a Santa Sé é visto como um sinal de que a pressão internacional está começando a surtir efeito na ditadura de Ortega. O regime, que é acusado de graves violações dos direitos humanos, vem sendo condenado pela comunidade internacional.