Réus no caso dos assassinatos de indigenista e jornalista no Amazonas vão a júri popular

A Justiça Federal de Tabatinga (AM) determinou que Amarildo da Costa Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, acusados de matar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, sejam julgados pelo Tribunal do Júri. O crime aconteceu em junho de 2022, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Os corpos das vítimas foram encontrados dez dias depois.

A sentença de pronúncia, que reconhece a existência de um crime doloso contra a vida e a presença de indícios de autoria, foi assinada pelo juiz federal Weldeson Pereira, da Comarca de Tabatinga, e publicada na segunda-feira (2). O magistrado também negou o pedido de liberdade dos réus, que estão presos em presídios federais no Paraná e Mato Grosso.

Os réus respondem por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF), que solicitou à justiça a realização do júri popular. Segundo o MPF, os acusados teriam agido por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas.

A decisão judicial foi comemorada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), que manifestou confiança na Justiça e nas instituições envolvidas na solução do caso. A entidade também pediu que o julgamento seja realizado o mais breve possível, para que os responsáveis sejam punidos e que a impunidade não prevaleça.