O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, foi alvo de uma operação da Polícia Federal que deveria ter acontecido no dia 7 de setembro, mas foi adiada para evitar possíveis conflitos e indisposições com militares. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a PF decidiu postergar a ação para garantir a segurança e a estabilidade do país, diante do contexto político do feriado da Independência.
A operação foi realizada no dia 12 de setembro, com mandados de busca e apreensão contra Braga Netto e outros envolvidos em um esquema de corrupção na compra de coletes balísticos com sobrepreço em 2018, quando ele era general da ativa e interventor do Exército na segurança pública do Rio de Janeiro.
Braga Netto é um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e cotado para ser seu vice em uma eventual candidatura à reeleição em 2022. A PF teria levado em consideração o impacto político da operação e a possível reação dos militares, que poderiam se sentir desrespeitados ou ameaçados pela prisão de um general da reserva. Por isso, optou-se por aguardar um momento mais adequado para realizar a operação.
A operação investiga os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente cometidos por servidores públicos federais durante a contratação de uma empresa norte-americana para adquirir 9.360 coletes balísticos com sobrepreço. O prejuízo aos cofres públicos seria de cerca de R$ 18 milhões.